O projeto “Qualificação Profissional e Atividades Empreendedoras de Cultura e Turismo no Geoparque Quarta Colônia” é um projeto coordenado e desenvolvido pela geógrafa e Técnica Administrativa em Educação – TAE, Jaciele Carine Vidor Sell da Pró-reitoria de Extensão da UFSM.
Segundo Jaciele, o objetivo do estudo é estabelecer cooperação técnica para a realização de cursos de qualificação profissional e atividades empreendedoras de cultura e turismo, voltadas à inclusão socioeconômica do público do cadastro único – CADUNICO, com prioridade à jovens de 18 a 29 anos, que não estudam e nem trabalham.
O projeto tem como justificativa o “Plano Progredir” do governo federal para promover a autonomia, por meio da geração de emprego e renda das famílias de baixa renda, prioritariamente, as que estão inscritas no cadastro único com renda de até meio salário mínimo per capita conforme (art. 2º, decreto 9.160/2017). O plano, coordenado pela Secretaria Nacional de Inclusão Social e Produtiva Urbana – SENISP, abriga eixos de qualificação profissional, com apoio ao empreendedorismo e encaminhamento ao mercado de trabalho, para contribuir e fortalecer as capacidades individuais e gerar independência socioeconômica. Entre os principais objetivos, estão os de incentivar ações de inclusão produtiva de responsabilidade social de entidades públicas, privadas ou sem fins lucrativos, bem como, articular e coordenar a oferta de serviços para inclusão produtiva, de forma a qualificar o público-alvo pretendido e, também, aproximar os trabalhadores e os empreendedores de baixa renda ao mundo do trabalho.
O projeto tem o intuito de superar as vulnerabilidades sociais e econômicas, que são determinadas por fatores multidimensionais, o eixo de qualificação, a partir de levantamentos de necessidades de capacitação identificadas junto a instituições de ensino, ao setor produtivo e ao interesse dos próprios inscritos no Plano Progredir, visa criar condições propícias de ocupação de postos de trabalho. Este objeto é mais assertivo com o aproveitamento das próprias potencialidades econômicas e capacidades locais. Nesse sentido, a UFSM, localizada em Santa Maria, RS, em conjunto o Consórcio para o Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia – CONDESUS e prefeituras locais, vem realizando diversas ações na Quarta Colônia, território envolvendo nove municípios entre eles: (Agudo, Restinga Seca, Dona Francisca, São João do Polêsine, Silveira Martins, Ivorá, Pinhal Grande, Faxinal do Soturno e Nova Palma) visando qualificar e proteger o patrimônio geológico, gastronômico, botânico e cultural da região, que abriga diversos sítios arqueológicos com fósseis petrificados datados de mais de 230 milhões de anos. Recentemente, o Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica – CAPPA/UFSM, descobriu em São João do Polêsine – RS, um dos exemplares mais completos de um dinossauro da família Herrerasauridae, datado de 201 a 252 milhões de anos. Antes disso, já havia sido encontrado um fóssil de dinossauro com o pescoço mais longo do mundo, o Macrocollum Itaquii e o Ghathorovorax Cabreirai, o fóssil de dinossauro carnívoro mais antigo, datado de aproximadamente 233 milhões de anos. Além do farto patrimônio fóssil, a região abriga grande colonização italiana e alemã, disponibilizando atrativos gastronômicos e culturais que podem ser associados às rotas turísticas, dinamizando um ciclo virtuoso entre conhecimento, turismo e preservação. A conservação desse patrimônio reveste-se de fundamental importância para o patrimônio histórico e cultural do país através do turismo geológico. Com orientação técnica adequada, poderão ser criados instrumentos para o aproveitamento econômico da população local nas atividades de manutenção dos sítios, orientações ao turismo e atividades suplementares capazes de recepcionar o potencial turístico do patrimônio protegido. Os nove municípios possuem, juntos, 17.367 pessoas inscritas no Cadastro Único para programas sociais do governo federal, cerca de 6.680 famílias, sendo que 2.820 delas recebem benefícios de transferência de renda do programa bolsa família. Nestas famílias, são 1.411 jovens de 18 a 29 anos que não estudam e não trabalham, sendo que 646 são mulheres, com criança de 0 a 6 anos.
Os geoparques são territórios reconhecidos pela UNESCO, cujos patrimônios natural e cultural são preservados e utilizados de forma sustentável para gerar desenvolvimento na comunidade em que se encontram. Atualmente, existem 127 geoparques mundiais da UNESCO em 35 países e apenas um no Brasil, o Geoparque localizado na Chapada do Araripe no Ceará. A proposta de geoparque empodera as comunidades locais e fornece a elas a oportunidade de construir parcerias coesas, com o objetivo comum de promover a conservação da natureza e a criação de novas formas de crescimento social, econômico e ambiental com base nas características locais. São estabelecidos por meio de um processo que envolve todas as partes interessadas e autoridades, locais e regionais (como proprietários de terra, empresários, grupos comunitários, profissionais de turismo, prefeituras, povos indígenas e organizações locais).
A proposta de criação do Geoparque Quarta Colônia é uma iniciativa institucional da pró-reitoria de extensão PRE da UFSM. A intenção é implementar e coordenar uma proposta de Geoparque no território citado visando novas alternativas para a economia regional, de forma sustentável, por meio da conservação do patrimônio natural e cultural, da educação para o meio ambiente, bem como do incentivo ao turismo local. Tudo isso, através da apropriação do conhecimento, da formação acadêmica, da pesquisa, da extensão, da intervenção e da articulação junto ao poder público local, entidades e sociedade civil organizada.
Conforme Jaciele a parceria da FATEC junto ao projeto auxilia, na área de cultura e turismo, a transformar a região e tornar possível a realização do Projeto Geoparque Quarta Colônia, efetivando a extensão universitária da UFSM. A comunidade regional se qualifica, aperfeiçoa seus processos, produtos e serviços, os processos acontecem também em virtude da mediação e do auxílio da Fundação.
Kelly Martini – MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC