O projeto “Processo estruturado para identificação de outliers na análise de grandes bancos de dados utilizando procedimentos de data mining, agregando informações de redes sociais” é desenvolvido pela engenheira eletricista, professora Dra. Alzenira da Rosa Abaide, do Departamento Eletromecânica de Sistemas de Potência, do Centro de Tecnologia da UFSM.
O projeto tem como objetivo, desenvolver um novo processo para detecção da provável fraude PDF e demais outliers associados a comercialização da energia fornecida aos consumidores no sistema de distribuição de energia elétrica, perdas não técnicas. A análise de big data BDA tornam as redes elétricas inteligentes ainda mais inteligente com a proposta inédita de utilizar informações exógenas disponíveis nas redes sociais.
A professora Alzenira explica que a big data são bancos de dados com imensa quantidade de informações, que se exemplifica como dados de todos os consumidores de uma empresa distribuidora de energia elétrica. Por exemplo, a CEEE-D atende 72 municípios, abrangendo 73 mil km², o que corresponde aproximadamente a 34% do mercado consumidor do Estado. Ela possui cerca de 72 mil quilômetros de redes urbanas e rurais. A CEEE-D atende 1,6 milhão de unidades consumidoras, o que equivale a cerca de 4,8 milhões de pessoas ou um terço da população gaúcha. https://www.infomoney.com.br/cotacoes/ceee-d-ceed4/. A essas redes estão associadas informações de bitola de condutores, tipo de postes, tensão, corrente, transformadores, outros equipamentos, coordenadas georreferenciadas. Além de todos os consumidores, tipo de medidores, seu histórico de consumo, categoria vinculada a classificação da ANEEL.
Então é necessária uma técnica especializada para extrair dados que possam trazer informações uteis para a proposta do projeto que é identificar prováveis desvios no faturamento da energia. Esses desvios podem ser fraudes, furtos, erros nos medidores, erros nos bancos de dados, defeito nos medidores.
A professora Alzenira explica sobre os outliers, que são definidos como pontos fora da curva, ou seja, dados inesperados que irão se destacar da grande massa de dados. Serão estabelecidos perfis e padrões de consumo segundo determinadas atividades. A inteligência artificial é uma ferramenta muito útil para a metodologia que a equipe de pesquisadores pretende desenvolver. Aqueles que não se enquadrarem e não atenderem determinado elenco de características e critérios estabelecidos pela pesquisa serão possíveis candidatos Outliers a apresentarem perdas não técnicas. As redes sociais são todas as informações públicas da internet, como Twitter, Facebook, etc. Ela comenta que a funcionalidade deve se utilizar de diversas bases externas como cartográfica, econômica, pluviométrica, dentre outras que auxiliem na melhor previsão possível de consumo esperados para diferentes unidades consumidoras. A professora justifica que o estudo propõe o desenvolvimento de um processo para detecção da provável fraude para identificar e elencar os consumidores onde é plausível que aconteça perdas não técnica. Os outliers são procurados através da análise do grande banco de dados. BDA oriundo das informações de faturamento de energia disponíveis na concessionária. A professora coordenadora explica que desta forma serão utilizadas funcionalidades da mineração de dados e métodos de inteligência artificial de forma a agrupar e organizar os dados, descobrindo neles padrões, associações, mudanças e anomalias relevantes, cruzando estas informações com elementos filtrados das redes sociais. O processo proposto poderá ser aplicado a qualquer concessionária que comercialize energia elétrica. A perda não técnica existe em todo o mundo, sendo mais significativa em países menos desenvolvidos. A conta da fraude acaba sendo dividida entre todos os consumidores, além de poder provocar aquecimento, queima de equipamentos e incêndios, o que prejudica toda a sociedade.
A coordenadora Alzenira comenta que a FATEC como parceira no desenvolvimento do projeto é de importância fundamental, pois proporciona agilidade e confiança para o professor pesquisador. Está sempre disponível para ajudar e orientar o coordenador do projeto para que ele possa realizar os trâmites administrativos necessários. A proximidade com os professores e a maneira profissional proporciona a indispensável segurança aos processos.
Kelly Martini – MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC