Projeto do CCR – UFSM em parceria com a FATEC prioriza a proteção ambiental no descarte de resíduos do tabaco com foco no desenvolvimento regional do Vale do Rio Pardo

O projeto “Compostagem Automatizada de Resíduos da Indústria de Tabaco: Mineralização do Carbono (C) e do Nitrogênio (N) no solo e potencial fertilizante do composto” é coordenado pelo engenheiro agrônomo professor Dr. Celso Aita do Departamento de Solos – Setor de Microbiologia do Solo do CCR – UFSM que tem como objetivos principais:

– determinar em condições controladas de laboratório, o potencial de mineralização do Carbono e do Nitrogênio no solo do composto orgânico (Fertileaf), obtido via compostagem automatizada de resíduos de tabaco; 

– avaliar em condições de campo, o potencial fertilizante do composto Fertileaf à produção de grãos e forragem em culturas de verão e inverno, com foco principal no fornecimento de N às culturas.

Para o professor Celso o projeto se justificativa pela sua importância econômica e ambiental, uma vez que o processamento e beneficiamento do tabaco pelas indústrias fumageiras geram grandes quantidades de resíduos, denominados de “pó de fumo”. Embora tais resíduos possuam potencial para uso agrícola, visando a reciclagem de Carbono e nutrientes no sistema solo-planta, o seu uso imediato na agricultura pode resultar em impactos ambientais negativos, como a emissão de mau cheiro e a presença de moscas. Para mitigar estes impactos, foi desenvolvido o processo de compostagem automatizada do pó de fumo, atendendo exigência da política nacional de resíduos sólidos (PNRS 12.305/2010). Esse processo de tratamento dos resíduos é executado pela Fundação para Proteção Ambiental de Santa Cruz do Sul (FUPASC), a qual é mantida por diversas empresas fumageiras do Vale do Rio Pardo. Uma dessas empresas é a JTI Processadora de Tabaco LTDA do Brasil, de capital japonês, que em 2018 tratou junto à usina de compostagem da FUPASC de 13 mil toneladas de pó de fumo. As principais lacunas de conhecimento sobre o composto gerado são:
a) quais as culturas que são mais adequadas ao uso agrícola do composto;

b) quais as doses de composto que devem ser aplicadas no solo. Por isso, no trabalho de campo estão sendo empregadas diferentes doses do composto em culturas de verão (milho e capim Sudão) e serão utilizadas também em culturas de inverno (aveia e consórcio de aveia + ervilhaca), com e sem incorporação do composto ao solo. Este estudo é financiado pela empresa JTI, contemplando a concessão de recursos para bolsistas de pesquisa e para a aquisição de consumíveis para a execução das atividades de laboratório e de campo.

Para o professor Celso a participação da FATEC nessa parceria com a empresa é de extrema importância, pelo fato de viabilizar a transferência e a administração dos recursos financeiros necessários ao desenvolvimento do projeto. 

Kelly Martini – MTb. 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC

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