Um tema tão importante como a água não poderia ficar de fora de discussões e estudos na UFSM. Neste sentido, o projeto “Remoção de Íons de Fluoreto da Água Subterrânea” está sob acoordenação do engenheiro civil, professor, Dr. Elvis Carissimi do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental do Centro de Tecnologia – CT – UFSM. Este estudo propõe pesquisa de adsorventes convencionais (que são existentes no mercado) e alternativos para serem aplicados na desfluoretação (remoção de íons fluoreto F-) da água subterrânea de abastecimento público, com concepção e desenvolvimento de uma unidade piloto otimizado de tratamento, inovadora e passível de patente. É importante ressaltar que se trata do primeiro projeto de parceria entre a UFSM e a CORSAN – Companhia Riograndense de Saneamento. O coordenador explica algumas propostas de ação do estudo:
– Realizar a seleção dos adsorventes que possam ser utilizados na desfluoretação da água para consumo humano;
– Estudar o processo de adsorção de íons fluoreto pelos adsorventes propostos em escala de bancada, com ensaios em regime descontínuo (em batelada) para análise das variáveis que influenciam o processo de adsorção;
– Montar um sistema para ensaios-piloto de coluna de leito fixo para estudo do processo de adsorção, tanto em escala de laboratório quanto em condições de campo e determinar as curvas de ruptura para as soluções sintéticas de F- e para a água subterrânea;
– Caracterizar o adsorvente selecionado, quanto à área de superfície, grupamentos funcionais, potencial zeta, granulometria e outras;
– Formar linha de pesquisa sobre processos alternativos de tratamento de água para abastecimento para remoção de contaminantes específicos.
Para compreender melhor
São formas de tratamento da água, com métodos acertados onde se utilizam químicos que atendem as necessidades da população.
O coordenador esclarece que o projeto tem o intuito de estreitar os laços de parceria entre a UFSM e a Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN com o objetivo de formar recursos humanos qualificados para a atuação na área de tratamento de águas subterrâneas em nível de graduação, mestrado, doutorado com o envolvimento de técnicos da própria CORSAN.
O íon fluoreto, em baixas concentrações (até 1,5 mgL-1), é importante para a saúde dos homens e animais, auxiliando, por exemplo, na prevenção da cárie dentária de crianças.
Entretanto,em concentrações acima de 1,5 mgL-1, os íons fluoreto podem causar fluorose dentária e, nos casos mais graves, fluorose esquelética, que são doenças irreversíveis. Assim, essa demanda surge, uma vez que no estado do Rio Grande do Sul muitos poços são perfurados e não se tem padrões aceitáveis de íons fluoreto, implicando na inativação do poço sem o mesmo possibilitar aos usos nobres como o abastecimento humano. Portanto, o grande desafio desta proposta de pesquisa, é desenvolver e aplicar uma técnica com uso de adsorventes que promova o enquadramento dos íons fluoreto a níveis adequados.
Por fim, o coordenador salienta a importância fundamental da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia – AGITTEC e a Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia – FATEC em viabilizarem a consolidação desta proposta.
Para chegar nesta fase de contratação foram várias reuniões, tanto com a empresa como com as orientações sobre os trâmites nas distintas instâncias internas da UFSM. O papel da AGITTEC e da FATEC é fundamental para promover a ciência, a tecnologia e a inovação, principalmente, em períodos tão árduos de investimento público, complementa o coordenador.
Kelly Martini – MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC