Terceiro Dia – 3ª SIPAT – FATEC

Palestrantes do Terceiro dia SIPAT.

O terceiro dia de SIPAT – FATEC trouxe como palestrantes duas profissionais da saúde. A primeira, enfermeira Vergínea Rossato que falou sobre Violência Sexual e HPV. Ela está imbuída da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, fazendo parte da Equipe de Matriciamento em Violência Sexual – no HUSM. A enfermeira salienta a importância do tratamento após o paciente/ vítima sofrer um abuso, pois os índices alertam indicando que quando não há tratamento e cuidado a pessoa desenvolve ao longo do tempo transtornos mentais. Estas constatações indicam que em 72 horas é preciso que a vítima realize a profilaxia, para que o auxílio ao longo do tratamento seja mais eficaz.

A enfermeira traz índices alarmantes sobre vítimas que sofreram abuso, na maioria o crime acontece na casa, com crianças e adolescentes e o abusador é um membro muito próximo da vítima. As mulheres sofrem abuso na rua. Em 2015 foram 177 casos. No ano de 2016, 74 casos. As crianças vitimadas são 63% dos casos. Em 2015 foram três homens abusados e em 2016, foram 12 casos. Até o primeiro semestre de 2017 já são 74 casos. Ela explica ainda que há casos agudos e crônicos que se diferenciam, pela agressão acontecer na primeira vez das que ocorrem há tempos, impedindo de se fazer uma profilaxia, mais imediata, o cuidado imediato, é a maneira mais importante de cuidar da saúde da vítima, enfatiza a enfermeira.

Ressaltando que desde os anos 40, toda mulher que sofrer abuso que ocasiona em estupro, por lei, está amparada para realizar a intervenção da gravidez. Há também outros casos: a anencefalia que pode acometer o bebê e o risco de morte da mãe durante a gestação. A enfermeira Vergínea mobiliza toda comunidade para a vigilância às pessoas. Qualquer desconfiança sobre crianças e adolescentes estarem sofrendo abuso e violência sexual, os telefones são: o Disque 100 para denúncia de (abusos contra crianças e adolescentes) e o Disque 180 (violência contra a mulher).

Entre as palestras ocorreu a ginástica laboral com a acadêmica de Educação Física da UFSM – Claudia Urban Soares, que sacudiu a plateia com os exercícios de alongamento. A fisioterapeuta Aline falou sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST e distribuiu forders e preservativos femininos e masculinos e sobre a importância da vacinação do Human Papiloma Vírus – HPV, em crianças e adolescentes (entre 9 a 14 anos em meninos e meninas).  

A seguir a segunda palestra foi dada pela médica Martha Noal – HUSM, que discorreu sobre um tema em que a sociedade tem muita dificuldade em lidar, “A prevenção ao suicídio”. O projeto de extensão desenvolvido juntamente com a enfermeira Vergínea Rossato, a médica conta que está palestra foi a 44ª intervenção sobre o assunto. A médica indica que em cada 100 habitantes 17 tentaram contra a própria vida. Segundo ela, própria sociedade é quem pratica as agressões: na escola ocorre o bulling, na internet, o cyberbulling (o jogo da baleia azul, os sites de incentivo ao suicídio, filmes que incitam as tentativas), no trabalho e nas relações intimas o assédio moral, psicológico e até sexual, e esta sociedade muitas vezes, faz vista grossa ou se cala diante das agressões que vê, todos querem parar o suicida, mas trabalham para que isso aconteça, de uma maneira dicotômica. São muitas as formas de sofrimento que levam ao suicídio, as dificuldades de lidar com as emoções e sentimentos: a depressão, as psicoses, as dependências químicas, perdas, frustações, infelicidades. E restam pais, filhos, amigos, colegas, todas as pessoas que tiveram contato com a vítima, que de certa forma fizeram parte da convivência do suicida, e que adoecem com a perda. A médica Martha afirma este caso grave de saúde pública, esclarece que durante o tratamento, os sobreviventes de suicídio contam que não querem morrer, na verdade, o doente quer desesperadamente a morte do sofrimento e da dor incessante, e muitas vezes, cometer o desatino é mais um grito de socorro. Martha Noal salienta que a rede de prevenção é muito importante, o cuidado permanente em se importar com o outro, ouvir, perceber os indícios, é um diferencial para se ter tempo de reverter muitas vezes uma fatalidade.

No final da palestra foram sorteados brindes e foram recebidos donativos para serem entregues à Turma do Ique, na próxima semana.

Kelly Martini – MTb. 137.25
Assessora de Imprensa – FATEC

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