O projeto “Avaliação de Pastagens de Capim Elefante sob os Sistemas de Produção Convencional e Orgânico” é coordenado pelo zootecnista, professor Dr. Clair Jorge Olivo e tem o objetivo de avaliar a produtividade e o valor nutritivo de pastagens de capim elefante submetida aos sistemas de produção convencional e orgânico na região central do RS.
O projeto possui como objetivos específicos:
- Estimar a massa de forragem de pré e pós-pastejo em cada ciclo de utilização;
- Determinar as composições botânica e morfológica dos principais componentes do pasto;
- Avaliar o valor nutritivo da forragem;
- Estimar o consumo e a produção de forragem e a taxa de lotação.
O professor Olivo justifica o projeto explicando que em grande parte das propriedades leiteiras, as pastagens constituem-se na principal fonte de alimentação dos animais. Dentre as espécies perenes (permanentes) destaca-se o capim elefante (pennisetum purpureum schum.), por seu potencial de produção e de qualidade de forragem. Isso se deve a sua boa adaptação em diferentes regiões de clima tropical e subtropical, e que pode ser usado também em áreas declivosas, o que contribui para manutenção da base dos recursos naturais. Sua utilização sob pastejo tem sido crescente no Brasil. No presente estudo, a variedade implantada, Mercheron Pinda, foi selecionada mediante comparação com outras 27.
No Sistema convencional – o capim foi estabelecido de forma solteira (monocultura). Anualmente faz-se a correção do solo, caso necessário, e a adubação fosfatada e potássica é feita com fertilizantes minerais. A adubação nitrogenada, que em média tem sido de 150kg/ha/ano, é feita com ureia. Os pastos, quando apresentam altura entre 1,0 e 1,2m, são utilizados por vacas em lactação. Os ciclos de pastejo têm sido de 30 dias, aproximadamente, sendo um de ocupação e 30 de descanso. Este sistema de produção convencional, é (testemunha), representativo da realidade em propriedades leiteiras.
No Sistema orgânico – o capim elefante foi plantado em linhas, afastadas entre si por cerca de 3 m. Nessas entrelinhas, no verão, permite-se o desenvolvimento de espécies forrageiras de crescimento espontâneo. No inverno, faz-se a semeadura com espécies de ciclo hibernal, como o azevém. Neste sistema seguem-se as normas do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA, para agricultura orgânica. Dentre os principais insumos usados e permitidos destacam-se os adubos orgânicos. O professor salienta que parte do ineditismo desse sistema deve-se ao uso do capim sob a produção orgânica, com vacas em lactação, em estudo de longo prazo pois há poucos estudos a respeito.
O professor Clair Olivo ressalta que este projeto está em desenvolvimento e avaliação há 18 anos e que os resultados permitem concluir que o capim elefante adapta-se e responde bem em ambos tipos de agricultura (convencional e orgânica) e que, se o manejo for adequado, os pastos podem durar décadas, sem que seja necessária renovação ou reimplantação. Outra vantagem do estudo está associada ao fato de que as técnicas e insumos usados no sistema orgânico podem ser usados também no sistema convencional, tornando-o mais sustentável. O professor Olivo ressalta que as atividades de pesquisa e de campo, como a manutenção das vacas, são feitos pelos alunos bolsistas, graduandos e pós-graduandos e pelo Técnico Agrícola do setor, Tiago João Tonin.
Para o professor coordenador, a parceria do projeto com a FATEC tem sido vital para o andamento do projeto, na medida em que a Fundação gerencia os resíduos gerados pela pesquisa, a produção de leite e possibilita, com destreza e rapidez, o suprimento das demandas, mediante sistemas de compra de insumos e gerenciamento de bolsas para os acadêmicos.
Kelly Martini – MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC