Na XX Conferência Anual da ABRAVEQ – Associação Brasileira de Médicos Veterinários de Equídeos, ocorrido entre os dias 5 a 7 de julho de 2019, em São Paulo, foi apresentado o trabalho: “Efeitos Intra-Articulares da Ropivacaína em Articulações de Pôneis”. O trabalho teve a orientação do Médico Veterinário, professor Dr. Flávio Desessards De La Corte do Grupo de Medicina Equina da UFSM. A pesquisa desenvolvida era parte da tese de doutorado da Dra. Gabriele Biavaschi da Silva que conquistou o 2º lugar nas áreas de clínica e cirurgia da XX ABRAVEQ. O trabalho foi apresentado pelo doutorando Antônio Alcemar Beck Junior, também orientando do professor Flavio.
O estudo investiga os potenciais efeitos tóxicos de anestésicos locais em articulações de equinos, visto que estes são utilizados de forma rotineira como auxilio diagnóstico nos exames de claudicação. Baseado em estudos prévios a pesquisadora recomenda cautela no uso e escolha do anestésico local devido ao risco do desenvolvimento de doenças articulares. Segundo a doutora Gabriele, a baixa toxicidade da ropivacaína em articulações de humanos levantou a possibilidade de testar este fármaco em equinos. Ela salienta que o objetivo da pesquisa foi avaliar, de forma comparativa, os efeitos da ropivacaína 10mg/ml e solução de NaCl 0,9% sobre o líquido sinovial, sinóvia e cartilagem de articulações tibiotársicas de pôneis.
Para realização do experimento foram selecionados oito pôneis, com tratamento da articulação com ropivacaína e a contralateral com salina. O estudo avaliou os efeitos pré e pós-infiltração através da análise do líquido sinovial e avaliação de marcadores inflamatórios da cartilagem. Os resultados demonstram que, embora a ropivacaína e salina produzam inflamação no líquido sinovial, estas não apresentam efeitos deletérios sobre a cartilagem. Segundo a Dra. Gabriele esta é a primeira pesquisa que avalia os efeitos da ropivacaína em articulações sadias de equinos e apesar dos bons resultados, a Dra. enfatiza que é preciso efetivar ainda mais os estudos para conquistar ainda mais qualidade nos resultados, pois a similaridade nos níveis de expressão das cartilagens tratadas com ropivacaína e salina sugerem que o fármaco é uma opção segura para o uso IA (intra-articular).
É importante salientar que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de ética animal da UFSM e conta com a parceria da FATEC no custeio de seus recursos.
Kelly Martini – MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC