Projeto do CCR – UFSM sobre sistema de produção de arroz e soja contempla produtividade e sustentabilidade na produção de grãos

O projeto “Tecnologias para Produção de Soja, Arroz Convencional e Orgânico e Avaliação do Impacto Ambiental em Sistemas de Produção de Arroz em Terras Baixas” é coordenado pelo engenheiro agrônomo, professor Dr. Enio Marchesan do Departamento de Fitotecnia do CCR – UFSM, e vai ser conduzido por seu Grupo de Pesquisa em Arroz Irrigado e Uso Alternativo de Várzeas (GPAI) nos próximos quatro anos.

As ações de pesquisa propostas nos diferentes subprojetos desse trabalho visam atingir três principais objetivos:

– desenvolver tecnologias que promovam sustentabilidade na busca de maior potencial produtivo de cultivos agrícolas como soja e arroz em ambiente de terras baixas com menor impacto ambiental, como baixa emissão de gases de efeito estufa, menor uso de água, redução nas perdas de solo, uso de fertilizantes e recursos naturais, além da redução de estresses por deficiência hídrica ou de oxigênio;

– identificar práticas de manejo que possibilitem a realização da atividade agrícola utilizando manejos mais conservacionistas, mobilizando menos o solo, mantendo-o coberto com palhada ou plantas de cobertura, com ciclagem de nutrientes no sistema;

– desenvolver tecnologias para a produção de arroz orgânico, particularmente quanto a nutrição de plantas e controle de plantas daninhas, que é uma nova linha de pesquisa do Grupo, na tentativa de atender a demanda de determinado segmento de consumidores.

Segundo o professor Marchesan o estudo observa que a Região Sul do Brasil responde por cerca de 80% da produção nacional de arroz, concentrando-se nos estados do RS e SC; sendo que a produção ainda é realizada predominantemente na forma de monocultivo de arroz, com problemas de rentabilidade. Assim, sistemas de produção que envolvem diversificação de cultivos e manejos mais conservacionistas representam avanços na melhoria do ambiente de produção. As pesquisas têm mostrado que o cultivo da soja em terras baixas em sucessão com o arroz é fundamental para a lavoura de arroz, mas é necessário o desenvolvimento de tecnologias de produção que reduzam os estresses das plantas e com isso, se obtenha menor variação de produtividade entre os anos e ambientes.

A drenagem das áreas e a presença de camada compactada próximo à superfície do solo estão entre os principais fatores de risco. Ainda segundo o coordenador do projeto, fora o conhecimento específico de cada cultivo, utiliza-se pouco as plantas de cobertura de inverno e o manejo das palhadas dos cultivos, no período da entressafra, como forma de proteger o solo e manter os nutrientes no sistema melhorando aspectos de qualidade do solo.  Com isso, há a necessidade de gerar informações de um sistema de produção envolvendo todos os dias do ano, de forma integrada, e não apenas de cultivos isolados. No caso do cultivo do arroz orgânico é preciso um cuidado especial, devido não se poder utilizar defensivos de cultivo convencional. A parte de nutrição de plantas e de controle de plantas daninhas estão entre os principais entraves tecnológicos.

Conforme detalha o professor, as pesquisas têm como foco o produtor rural, que tem que se manter no sistema, o consumidor que tem que ter alimentos de qualidade, o ambiente que tem que ser preservado, contemplando também, as famílias dos envolvidos diretamente no processo de produção das propriedades.

Ainda segundo Marchesan, os experimentos realizados são desenvolvidos na área didático experimental da UFSM, tendo com isso rigoroso controle no acompanhamento dos experimentos, na qualidade dos dados produzidos e   no desenvolvimento de recursos humanos diferenciados para a atividade rural.

A área experimental é também utilizada para realizar ensino através de aulas regulares de alunos da graduação e da pós-graduação, o acompanhamento e a aplicação das tecnologias e a resposta dos cultivos, como numa espécie de linha do tempo do desenvolvimento das plantas. Esta técnica produz resultados excepcionais para consolidação do que foi visto na teoria, para aprender a observar e fazer diagnósticos e também, como forma de estimular a criatividade e a inovação.

A extensão é feita através de dias de campo, palestras, vídeos, divulgação de trabalhos técnicos e científicos, entre outras formas. Pela proximidade de comunidades rurais e pelo fácil acesso à área, a estratégia de dias de campo é muito utilizada, com diversos grupos e produtores e técnicos ao longo do ano. Técnicos e alunos de outras Instituições também fazem parte do público alvo de nossas ações de extensão.

Para o professor Enio Marchesan, a FATEC tem sido fundamental para dar agilidade na utilização de recursos financeiros e nas relações com os parceiros envolvidos nos projetos, o que possibilita a aplicação dos manejos necessários na condução dos experimentos, nos momentos tecnicamente indicados.

Kelly Martini MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC

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