O projeto “Ações de Assessoramento para a Organização e Gestão do Trabalho Pedagógico em Instituições Educativas e Formação Continuada de Professores em Serviço Fase II” é um projeto coordenado pela Educadora Física, professora Drª. Maria Eliza Rosa Gama, do Centro de Educação – CE- UFSM, que tem como objetivos:
– Assessorar as redes de ensino públicas e privadas, de forma abrangente, bem como nas instituições de ensino (superior e técnico profissional e escolas de educação básica); individualmente, na elaboração e desenvolvimento de processos de formação continuada que visem à inserção de práticas inovadoras nas formas de organização e desenvolvimento do trabalho escolar e do trabalho docente, com especial atenção aos processos de elaboração e avaliação de projetos político-pedagógicos; à implantação e implementação das atuais políticas de reestruturação curricular da educação básica, das políticas de avaliação da educação básica e avaliação do ensino superior, bem como das demandas mais imediatas a cada instituição de ensino.
Segundo a professora Maria Eliza o projeto se justifica sob muitos fatores que são apontados como causadores da situação educacional vigente no país, o que muitos citam como uma crise educacional, outros, uma crise com sérios problemas de qualidade. O que se pode dizer é que a escassez de recursos (financeiros, físicos e humanos), salários defasados dos profissionais da educação, precárias condições sócio-econômicas dos alunos, inadequadas formações de professores, são alguns dos fatores que têm merecido especial atenção dos sistemas de ensino. Observadas estas situações percebe-se que a educação de forma geral tem sido marcada por “modismos” ou tendência em adotar propostas ditas inovadoras, muitas vezes, sem a devida verificação de necessidade ou adequação à realidade em que será implementada. “O termo modismo possui o enorme poder de esvaziar o conteúdo de propostas, às vezes, bastante válidas, destituindo-as de seu sentido original” (Balzan, 1995, p. 287). Este fator tem ao longo dos anos, estabelecido nos espaços escolares, e práticas inovadoras que nem sempre ocorrem com base em objetivos e metas pré-definidas, a partir de uma caracterização da realidade. Isso provoca uma distorção dos efeitos esperados ou tentativas inócuas de transformações da realidade escolar. O que acontece também na implantação e implementação de novas políticas, pois as escolas acabam por organizar seus trabalhos muito mais pela força da tradição do que baseados nos conhecimentos científico-acadêmicos do campo educacional, como exemplo, destas ações pode citar nos últimos anos, uma verdadeira corrida por parte dos sistemas públicos e das escolas de educação básica para a elaboração de seus Projetos Político-Pedagógicos – PPP e para a elaboração e desenvolvimento de processos de formação continuada e desenvolvimento profissional de professores em serviço, bem como a reestruturação curricular dos cursos de licenciatura, mediante orientações legais dos últimos anos.
A respeito dos primeiros podemos dizer que foram elaborados sem a devida sustentação de conhecimentos científico-acadêmicos produzidos e já consolidados sobre este documento e sobre seus processos de elaboração. Isso resultou em processos desarticulados da realidade escolar, assumidos por uma minoria dos profissionais das escolas, que produziram PPP pouco significativos para o coletivo dos professores que serviram de maneira geral, apenas para atender a uma demanda burocrática do sistema, sem que atendesse, de fato, o trabalho escolar e em especial das práticas pedagógicas. Também, pode se referir com efetivo conhecimento a respeito, de pesquisas centradas nesta temática há alguns anos, aos processos de formação continuada e de desenvolvimento de professores em serviço, que assim como os PPP, também foram largamente divulgados e estimulados as suas elaborações por parte dos sistemas de ensino, com a criação de políticas próprias e de investimentos públicos específicos.
Os processos de formação continuada e de desenvolvimento de professores em serviço vêm sendo considerados, do ponto de vista oficial, como um mecanismo importante para a qualificação do ensino. Este pode ter sido um dos fatores motivadores do crescente número de ações, visando promover o desenvolvimento profissional de professores em serviço. Além disso, podem-se citar as aligeiradas reestruturações realizadas nas configurações curriculares dos cursos de licenciatura, que resultaram em algumas mudanças, documentais, sem, contudo implicar nas práticas formativas existentes.
É importante ressaltar que este projeto se desenvolve ao longo de mais de doze anos e tem contribuído principalmente, para uma mudança de consciência e postura dos professores. O projeto age internamente, contribuindo para o amadurecimento e a busca constante por conhecimento como peça fundamental para a construção de um saber permanente de forma ordenada e comprometida. “Para realizar este trabalho é preciso perceber as demandas internas da escola e de sala de aula e a partir daí traçar estratégias interessantes e atrativas para aulas criativas e cativantes”, explica a coordenadora.
Kelly Martini – MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC