O projeto intitulado “GT-FENDE: Ecossistema Federado para Oferta, Distribuição e Execução de Funções Virtualizadas de Rede – FASE 2” é coordenado pelo professor Dr. em Ciências da Computação Carlos Raniery Paula dos Santos. O professor explica que durante o primeiro ano de projeto, o FENDE concentrou-se no desenvolvimento das bases de um ecossistema completo de NFV – Virtualização de Funções de Rede – fornecendo não apenas um marketplace (é uma espécie de shopping center virtual que reúne várias lojas que oferecem seus produtos), para a disponibilização de funções, mas também, o ferramental necessário para a construção e gerência das funções virtualizadas de rede. Como evolução do ecossistema, novas funcionalidades foram incluídas no protótipo com o objetivo de ampliar ainda mais sua flexibilidade, escalabilidade, automação e facilidade de uso. Além disso, foi realizado um piloto do serviço em infraestruturas heterogêneas e distribuídas para demonstrar a capacidade do sistema em fornecer serviços de rede avançados, como por exemplo, IP Multimidia Subsystem (IMS) e Evolved Packet Core (EPC). Um exemplo prático da utilização do FENDE é em situações de alocação de serviços sob demanda. Em um cenário onde a infraestrutura de um operador está sob ataque ou sobrecarregada, por exemplo, um cliente cadastrado ao FENDE poderá solicitar a instalação de um serviço de segurança ou requisitar balanceadores de carga para mitigar os problemas. Além disso, através do piloto do FENDE, foi possível construir uma base com dados reais do uso de NFV, possibilitando assim a análise comportamental das VNFs em ambientes de produção. Desta forma, os resultados obtidos com o piloto poderão ser utilizados pela RNP para analisar a demanda de funções por parte dos clientes da plataforma, além de propiciar análise da qualidade de experiência dos clientes a fim de comprovar o desempenho satisfatório das funções e serviços disponibilizados na plataforma. Finalmente, em um sentido mais amplo, as mudanças realizadas na segunda fase do projeto objetivaram transformar o FENDE em um serviço de fato e com um modelo de negócios bem definido, aproximando desenvolvedores, clientes e fornecedores de infraestrutura, através de ferramentas de suporte a serem usadas pelos mantenedores do ecossistema.
Segundo o professor Carlos a justificativa do FENDE é fornecer como serviço o primeiro marketplace completo para a distribuição de funções virtualizadas de rede (VNFs), bem como, ferramentas para sua gerência e operação. Uma plataforma como esta, apoiada pela RNP, trará confiança na adoção de NFV pelos possíveis interessados no paradigma, bem como fornecerá uma série de facilidades aos seus utilizadores, tais como, retorno imediato, flexibilidade e conveniência na aquisição de funções de rede. De forma resumida, entre os principais clientes do FENDE estão interessados em diminuir seus custos com a aquisição e manutenção de serviços de rede, para isto, usando a variedade de funções disponíveis no marketplace.
De forma mais simplificada, o professor explica que o paradigma de NFV já existe desde 2012. Em NFV, servidores genéricos (commodity hardware) podem substituir os dispositivos dedicados (middleboxes) amplamente utilizados para executar funções tradicionais de rede e que apresentam um elevado custo financeiro associado.
O professor comenta também a questão da programabilidade das redes que ocorre pela necessidade constante de inovação e que atualmente há programadores de “garagem” que são entusiastas e empreendedores que buscam sanar limitações existentes nas atuais infraestruturas de comunicação.
A capacidade de implantar novas operações ou funcionalidades nos equipamentos no núcleo da Internet é um catalisador para inovação, enfatiza o professor.
O professor Carlos comenta sobre os resultados positivos obtidos durante a execução do projeto, com diversos artigos científicos publicados em importantes revistas e conferências internacionais, empresas e organizações interessadas no uso do ecossistema FENDE e que motiva a prorrogação do projeto. Esta prorrogação possibilitará a implantação das ferramentas desenvolvidas em conjunto com a iniciativa de Infraestruturas Definidas por Software – IDS, que tem como objetivo suportar o ciclo de vida da nova geração de serviços avançados providos pela RNP.
O professor coordenador Carlos explica que a FATEC tem grande importância no desenvolvimento do projeto, pois serve de apoio durante esta segunda fase do projeto que foi essencial para o andamento das atividades técnicas, permitindo que a equipe envolvida pudesse focar-se exclusivamente na realização de suas pesquisas.
Kelly Martini – MTb 137.25
Assessoria de Imprensa da FATEC