O projeto de “Prevalência de Anticorpos
Anti-leptospiras em animais de produção e companhia na região sul do
Brasil” é coordenado pela professora Drª. Médica Veterinária, Luciane
Teresinha Lovato, PhD em Virologia, do Departamento de Microbiologia e
Parasitologia do CCS – UFSM. O projeto verifica a incidência de
positividade para leptospirose em animais de produção e de companhia
(domésticos). A pesquisa também busca melhorar a sensibilidade e a
eficiência do sistema de vigilância de leptospirose na região sul do
país, e no reconhecimento da magnitude das perdas econômicas na produção
animal nesta região.
A coordenadora Luciane explica que a leptospirose é uma zoonose na qual
os animais são hospedeiros primários, essenciais para a persistência dos
focos da infecção, e os seres humanos são hospedeiros acidentais,
terminais pouco eficientes na perpetuação da doença. A coordenadora
salienta ainda a necessidade de ações permanentes e preventivas para que
não ocorra a contaminação, por isso, ela enfatiza a necessidade de
prevenção através do cuidado em vacinar estes animais.
Quanto a questão animal a infecção se reflete na esfera econômica, principalmente quando causa contaminação em bovinos, equinos, suínos, caprinos e ovinos, espécies animais produtoras de alimentos nobres como a carne, o leite, a lã e o couro, ocorrendo perdas como infertilidade, abortos e perda de produtividade. Já os animais domésticos podem ser afetados pela contaminação e transmissão ao homem. A Leptospirose pode variar de curso subclínico, agudo ou crônico.
Para saber mais:
A contaminação ocorre através da bactéria Leptospira que contamina o
meio ambiente, principalmente os roedores que dejetam no solo, na água e
em alimentos. No caso de animais de produção a infecção ocorre no
contato com o ambiente contaminado, mas também, de um animal para outro.
Os cães podem se infectar a partir da urina dos ratos presente na água
ou na comida. A questão das enchentes está mais relacionada aos ratos, e
não aos cães.
Sobre os índices de contaminação foram feitas análises no laboratório em
amostras realizadas de setembro de 2016 a julho de 2017 e resultaram em
aproximadamente 2000 amostras de bovino, canino, equino e suínos. É
importante ressaltar que os testes realizados no laboratório são feitos
somente em animais, oriundo dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina.
A coordenadora Luciane comenta que a pesquisa pretende ainda, após o
mapeamento sorológico da circulação da bactéria Leptospira sp.
– Desenvolver e padronizar técnicas de biologia molecular no diagnóstico de testes realizados no laboratório;
– Realizar pesquisas em animais da fauna silvestre de modo geral;
– Realização de exames de detecção da leptospirose para produtores
rurais e veterinários que trabalham dando assistência em rebanho de
bovinos, ovinos, equinos e suínos e aqueles que trabalham com clínica de
pequenos animais como cães, por exemplo;
– Fazer isolamento da bactéria a partir de animais portadores para a
identificação desta e uso nos exames realizados no laboratório.
A melhoria das ações de controle voltadas aos animais refletirá na
diminuição do nível de contaminação ambiental e consequentemente, na
redução do número de casos da doença em humanos.
A professora Luciane salienta que a FATEC tem significativa importância no desenvolvimento do projeto, pois é um suporte administrativo que possibilita a realização do trabalho de extensão e de pesquisas, explica a coordenadora.
Kelly Martini – MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC