Projeto do Departamento de Computação Aplicada – CT – UFSM pretende melhorar o tráfego de informações aos usuários na internet
O projeto “GT-FENDE: Ecossistema Federado para Oferta, Distribuição e Execução de Funções Virtualizadas de Rede” tem como coordenador o cientista da computação professor Dr. Carlos Raniery Paula dos Santos e tem como objetivo projetar, desenvolver e implantar um ecossistema para oferta, distribuição e execução de funções virtualizadas de rede como, por exemplo, firewall e NATs. O projeto é desenvolvido no Departamento de Computação Aplicada no Centro de Tecnologia da UFSM, tem como diferencial o ecossistema virtual, primeiro de seu tipo, que possibilitará a distribuição de funções e serviços de rede de forma similar à encontrada em marketplaces virtuais, um exemplo é o Google Play, a Apple Store, entre outros. O ecossistema também inclui uma plataforma para execução das funções de rede, utilizando as infraestruturas de virtualização FIBRE/FUTEBOL, e o Internet Data Center da RNP.
O coordenador Carlos fala sobre a Rede Nacional de Pesquisa – RNP, no qual o projeto está inserido. Atualmente a Internet encontra-se “ossificada”, ou seja, incapaz de atender às constantes demandas dos usuários por novos serviços e aplicações. Para resolver este problema, é fundamental a realização de mudanças radicais em seu núcleo. Desta forma, esta iniciativa busca definir os modelos, tecnologias e ferramentas necessárias para criar e gerenciar redes virtualizadas de forma ágil e facilitada. O professor dá um breve histórico sobre a Internet, explicando que seu surgimento é relativamente novo. “Acerca de 50 anos, mas sua adoção e evolução foram extremamente velozes em comparação ao surgimento, de lá para cá aconteceram muitas mudanças, tecnologias foram surgindo e demandas também, salienta o professor. Seu impacto na formação da sociedade não possui precedentes na história humana, sendo este de fato o meio de comunicação mais inclusivo e abrangente já criado. Como exemplo, o professor cita o uso da Internet das Coisas (IoT), composto pelos diversos dispositivos presentes no cotidiano do homem como exemplo, geladeiras, TVs, relógios, que atualmente possuem a capacidade de trocar dados através da Internet.
O professor Carlos fala da variedade de benefícios que são esperados com o uso de virtualização de funções de rede (NFV). Cita tais como: a eliminação de dispositivos físicos dedicados e uma melhor utilização dos recursos computacionais que possibilita a redução nos custos de operação e capital das redes. Além disso, soluções baseadas em software auxiliam uma maior flexibilidade da rede, permitindo que novas funções e serviços sejam rapidamente adotados. Contudo, a construção de redes completamente baseadas em software pode se tornar uma tarefa bastante árdua para os administradores de rede. Ele explica que não é factível imaginar que os próprios administradores necessariamente serão capazes de desenvolver suas funções de rede. Desta forma, o sucesso de NFV está no fato de que as funções em software podem ser replicadas em redes diferentes, reutilizadas e compartilhadas em comunidades de usuários. E, para que isso ocorra é necessária a existência de um ecossistema de funções de rede, de maneira similar ao que acontece hoje em dia com aplicativos para dispositivos móveis, os Apps, que têm ecossistemas, por exemplo, para iOS (tendo a AppStore como marketplace) e Android (tendo o GooglePlay como marketplace), sendo esses possivelmente os casos de sucesso mais representativos. O projeto pretende se desenrolar em três fases: protótipo, piloto e fornecimento do serviço.
O professor coordenador Carlos explica que a FATEC tem importância fundamental no desenvolvimento do projeto devido ao apoio dado durante a sua primeira fase que foi essencial para o andamento das atividades técnicas, permitindo que a equipe envolvida pudesse focar-se exclusivamente na realização de suas pesquisas, enfatiza o pesquisador.
Kelly Martini – MTb 137. 25
Assessora de Imprensa da FATEC