O projeto “Ciência Rural Produção e Publicação de um Periódico Científico” é coordenado pelo médico veterinário, professor Dr. Rudi Weiblen, e vai muito além de um projeto científico e de extensão. A revista reúne o fôlego de quase 50 anos (que serão completados ano que vem) dedicados à Ciência Rural. Este é um periódico científico que iniciou no ano de 1971, com o nome de Revista do Centro de Ciências Rurais do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria, e foi criada por um grupo de professores oriundos dos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária e Zootecnia.
No ano de 1991, a revista mudou o nome para Ciência Rural, e seguiu impressa e online concomitantemente até 2015, e a partir daquele ano, passou a ser exclusivamente editada na versão digital. A mudança segundo o professor Rudi ocorreu devido aos altos custos da versão impressa e principalmente da expedição pelo correios. Atualmente, a revista está presente também nas mídias sociais: nas páginas do Facebook, do Instagram e do Twitter e, esporadicamente são produzidos vídeos de alguns trabalhos. Conforme o professor, alguns fascículos da revista chegaram a tiragem de 5 mil exemplares que foram distribuídos entre assinantes, colaboradores e patrocinadores.
No ano de 2002, a revista foi aceita na plataforma digital científica SciELO (Scientific Eletronic Library Online), que desde então, trouxe maior acesso e visibilidade aos artigos publicados. O professor Rudi comenta que “Entrar na plataforma SciELO fez com que “tirássemos os trabalhos das gavetas”, o que permitiu a visibilidade de muitos trabalhos científicos que antes ficavam apenas guardados em escrivaninhas e prateleiras, a nova realidade trouxe uma marca de 5 mil downloads diários da revista na SciELO”, enfatiza o professor.
A revista Ciência Rural na atualidade é indexada nas principais bases de dados nacionais e internacionais e no ano de 2006, foi aceita no Scopus, e já em 2008, na Web of Science (WOS). Esta indexação nas duas principais bases científicas trouxe reconhecimento internacional ao periódico, incluindo também a designação do DOI (Digital Object Identifier) pela Cross Ref, Organização Internacional que normaliza a designação de um número único de identificação do artigo científico, o que torna mais fácil e rápido a identificação de títulos e submissões de trabalhos. A Ciência Rural a partir de 2008, foi uma das primeiras revistas brasileiras a adotar o gerenciador eletrônico Open Journal System (OJS), pois o anterior era ainda um programa de uso bastante dificultoso aos autores e revisores, e em 2012 aderiu ao gerenciador Scholar One.
O professor Rudi ressalta que em 2015, a revista implantou um software de detecção de plágio, e em 2016, incluiu o sistema reviewer locator, que é um sistema de localização de revisores disponibilizado pela base Web of Science, e em 2017 passou adotar o sistema reviewer credits e Publons. Estes são sistemas que garantem credibilidade para avaliadores e editores por trabalhos revisados, o que referenda automaticamente revisores cadastrados, reconhecendo-os pelo sistema de progressão institucional, pelo CNPq, pela Capes e demais agências financiadoras e pelos institutos de pesquisa, universidades públicas e privadas. Conforme o professor Rudi, a tarefa de revisão de artigos científicos era e ainda é, pouco reconhecida pelas agências financiadoras brasileiras, não estimulando pesquisadores a realizarem esta tarefa. Agora, com estas plataformas disponíveis, o cenário está mudando lentamente, pois é, fundamental aderir ao Publon. Todo pesquisador deveria também ter seu ORCID (identificador único de pesquisador que não apenas facilita a localização e visualização do seu Código Validador (CV), mas permite com mais facilidade e credibilidade às buscas, isso se deve por existirem muitas pessoas com o mesmo nome, o que faz com que a pesquisa dos revisores fique mais lenta, já com o ORCID há mais segurança, o fácil acesso poupa tempo.
Atualmente, a revista Ciência Rural é um dos principais periódicos científicos brasileiros da área das Ciências Agrárias, porque é reconhecida em todo mundo, obtendo em média 5 mil downloads por dia e uma média de 1,8 milhões de PDF por ano, fora os outros formatos. Recentemente, a revista vem recebendo algumas propostas para ser vendida, e em especial uma proposta de uma empresa da Inglaterra está sendo avaliada, ficando assim evidente a importância do periódico no cenário nacional e internacional.
O professor Rudi que é também editor da revista Ciência Rural, comenta que a primeira parceria da FATEC junto ao projeto ocorreu em junho de 1991 e ultimamente esta parceria tem sido renovada a cada cinco anos. Conforme ele o convênio tem sido fundamental para a sobrevivência e o crescimento da credibilidade da revista, o que permite que funcionários, bolsistas, convidados venham falar sobre os mais diversos temas como: indexação de periódicos, marcação de textos em HTML e XML para disponibilização de artigos eletronicamente e também, sejam realizadas palestras sobre redação científica na UFSM, com pesquisadores do Brasil e do exterior. Em resumo, sem a fundação a revista provavelmente não existiria, pondera o pesquisador.
Kelly Martini – MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC